lunes, 9 de abril de 2007

Fascismo nunca mais/Fascismo nunca más



Fascismo nunca mais … !

CONTRA A CRIAÇÃO DO MUSEU SALAZAR

La Unión de Resistentes Antifascistas de Portugal.

Parece que algunos sienten nostalgia del pasado, demasiada, el sábado en Santa Comba Dao, en su Auditorio Municipal se concentraron más de 300 personas, convocadas por la URAP, para mostrar su oposición a la creación del Museo que el Ayuntamiento, de derechas como no podía ser de otra manera, pretende crear en Vimeiro, la aldea donde nación el Dictador.

De um lado empunharam-se cravos vermelhos, proferiram-se palavras de ordem antifascistas e cantou-se a ‘Grândola Vila Morena’. Do outro, entoou-se o Hino Nacional, fizeram-se saudações fascistas e gritou-se ‘Viva Salazar’. A dividir os dois grupos de manifestantes, que se concentraram ontem à tarde em Santa Comba Dão, esteve um cordão policial que não deixou espaço da manobra para eventuais confrontos físicos.

António Oliveira Salazar morreu há 37 anos, mas continua a alimentar ódios e a despertar paixões. Desta vez, a razão dos protestos prende--se com a intenção da Câmara Municipal de Santa Comba Dão de criar um Centro de Estudos e Museu do Estado Novo, na antiga casa do ditador, no Vimieiro.Indignada com a ideia, a União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) organizou uma “sessão pública de afirmação das ideias antifascistas”, onde apresentou uma petição para requerer à Assembleia da República que impeça a instalação do Museu.O encontro, que teve o apoio do PCP e contou com a participação de cerca de 300 pessoas, decorreu no auditório municipal de Santa Comba Dão.Os discursos, transmitidos para o exterior por uma instalação sonora, foram dominados pelas críticas à eventual criação do núcleo museológico. Segundo disseram, a concretizar-se, o centro de estudos “não seria um factor de efectivo desenvolvimento do concelho, nem o pagamento de qualquer dívida de Santa Comba Dão a um filho da terra, mas uma organização centrada na propaganda do regime corporativo-fascista do Estado Novo do ditador Salazar”.Aurélio Santos, coordenador da URAP, foi mais longe. “Não se pode criar um local de peregrinação e exaltar a figura de um ditador, tentando falsear e branquear um período tenebroso da História de Portugal”, referiu.As forças de segurança chegaram a temer contra-manifestações de movimentos neonazis, mas apenas a população se concentrou em força no Largo do Balcão, frente ao auditório. Mantidos à distância por um forte dispositivo policial, os locais não se cansaram de apupar os membros da URAP. Os ânimos chegaram a exaltar-se quando os antifascistas se preparavam para abandonar o auditório, mas a GNR – que mobilizou um dispositivo com cerca de uma centena de homens – evitou os confrontos. “Salazar foi um grande homem. Se não for a câmara a fazer o museu fazemo-lo nós”, gritava um popular, visivelmente irritado com os discursos da URAP.A maioria da população parece estar a favor do projecto e ontem deu provas disso. “Se não quiséssemos o Museu Salazar, não era preciso vir gente de fora. Nós sabíamos lutar por isso”, afirmava outro morador, erguendo a mão numa espécie de saudação fascista, na direcção dos manifestantes.

UNS CONTRA, OUTROS A FAVOR- O momento mais ‘quente’ da tarde viveu-se quando os resistentes antifascistas se preparavam para sair de Santa Comba Dão. Um grupo de jovens levantou os braços e fez a saudação fascista em direcção à facção contrária, gritando, ao mesmo tempo, “Viva Salazar”. - “Santa Comba merece muito mais do que ficar no mapa turístico de saudosistas de uma ideologia repudiada e condenada pela História”, afirmou Alberto Andrade, um dos membros da União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) que discursou na sessão pública.-

O jovem Ricardo Costa, de 24 anos, classificou de “absurda” a manifestação dos antifascistas. “Concordo plenamente com a criação do museu. Era bom para desenvolver o turismo e para ajudar a compreender a nossa História”, disse.-

De cravos vermelhos na mão e punho cerrado no ar, os manifestantes antimuseu gritaram: “Fascismo nunca mais, 25 de Abril sempre”.

Apesar dos assobios da população, entoaram várias vezes a canção da revolução, ‘Grândola Vila Morena’.


Petição contra a concretização
do Museu Salazar
em Santa Comba Dão


Excelentíssimo Senhor
Presidente da Assembleia da República
Os cidadãos abaixo assinados vêm, por intermédio desta petição, solicitar a V. Exª e à Assembleia da República que tenham em devida conta os seguintes factos.
A Câmara Municipal de Santa Comba Dão, como é público e resulta de declarações do seu Presidente e de documentos assinados entre a Autarquia e um dos herdeiros de Oliveira Salazar, prepara-se para concretizar na casa onde viveu o falecido «Presidente do Conselho» da ditadura fascista, um Museu Salazar, ou do Estado Novo.
Este projecto assume o objectivo de materializar um pólo de saudosismo fascista e de revivalismo do regime ilegal e opressor, derrubado pelo 25 de Abril de 1974.
O Museu Salazar, se por hipótese absurda e inadmissível alguma vez se viesse a concretizar, não seria um factor de efectivo desenvolvimento do concelho, nem o pagamento de qualquer dívida de Santa Comba Dão a um «filho da Terra», porque esta nada lhe deve senão opressão e atraso económico e social, como aliás todo o país. E não seria um organismo «meramente científico», mas sim, objectivamente, uma organização centrada na propaganda do regime corporativo-fascista do «Estado Novo» e do ditador Salazar.
A Constituição da República proclama no seu preâmbulo: «A 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas, coroando a longa resistência do povo português e interpretando os seus sentimentos profundos, derrubou o regime fascista. Libertar Portugal da ditadura, da opressão e do colonialismo representou uma transformação revolucionária e o início duma viragem histórica da sociedade portuguesa».
A mesma Constituição, no seu Artigo 46.º, n.º 4, proíbe as «organizações que perfilhem a ideologia fascista» e a Lei 64/78 define-as como as que « ... mostrem ... pretender difundir ou difundir efectivamente os valores, os princípios, os expoentes, as instituições e os métodos característicos dos regimes fascistas ..., nomeadamente ... o corporativismo ou a exaltação das personalidades mais representativas daqueles regimes ...», proibindo-lhes o exercício de toda e qualquer actividade.
A esta luz, os cidadãos abaixo assinados, consideram que o Museu Salazar, ou do Estado Novo, não pode concretizar-se, porque constituiria uma afronta a todos os portugueses que se identificam com a democracia e o seu acto fundador do 25 de Abril e, por isso, solicitam à Assembleia da República – em defesa do Regime Democrático Constitucional e da Lei – que condene politicamente o processo em curso, que visa materializar o Museu Salazar, e tome as medidas que julgue adequadas para impedir esse intento.

Para assinar clique.

assinatura contra o museu

Parece que hay mucho desmemoriado, mucho nostálgico, mucho huérfano que busca en las sombras negras del Estado Novo, en aquella dictadura cruel y despiadada, la vuelta a un pasado que ya no volverá.

25 de abril siempre. Viva la libertad.