jueves, 12 de abril de 2007

La importancia de los blogs. Caso José Sócrates


José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.

El Primer Ministro socialista de Portugal tiene problemillas sobre sus títulos académicos, las primeras noticias aparecieron en blogs y saltaron a la prensa nacional. Ayer compareció en la RTP para dar explicaciones sobre el tema, ha tardado más de la cuenta pero parece que el tema está aclarado.

¿Quién dijo que los blogs no tienen futuro?

Biografía de José Sócrates Carvalho Pinto de Melo

Entrevista de ayer en la RTP, para esclarecer dudas.

RTP – Sr. primeiro-ministro, esta questão da sua licenciatura prejudicou a sua actividade enquanto primeiro-ministro?

José Sócrates – Não, não perturbou. Eu não falei antes porque nas últimas semanas decorria um processo de inspecção à Universidade Independente (UnI) e o Governo tinha pela frente a necessidade de tomar uma decisão muita séria relativamente à UnI, como veio, aliás, a tomar. E achei que não devia, de nenhuma forma, condicionar nem o trabalho da inspecção nem a decisão do Governo, com alguma declaração com o meu caso pessoal.

– Se interviesse o que é que aconteceria?

- Eu julgo que não devíamos confundir as duas coisas. E isso é que era necessário, mantendo-me em silêncio até que o Governo tomasse uma decisão, para depois falar sobre o meu caso pessoal. E chegou o momento de o fazer. Tendo bem presente as minhas responsabilidades de primeiro-ministro, que sobrelevam às minhas necessidades ou à necessidade de dar uma resposta mais imediata que porventura tinha mais a ver com os interesses da minha imagem política, que decidi desta forma.

– E mantendo este tempo todo de silêncio?

– Os portugueses entendem bem o facto de ter feito prevalecer as responsabilidades de um primeiro-ministro, que deve falar quando deve falar desta matéria e não em função da sua imagem política.

– Como é que o senhor chega à UnI?

– Muito bem: chegou, portanto, o momento de me defender de todas as insinuações e prestar todos os esclarecimentos para que não fique a mínima dúvida sobre, em primeiro lugar, as minhas habilitações, e, em segundo lugar, sobre a forma como consegui essas habilitações sem nenhum tratamento de favor.

– Rejeita qualquer tratamento de favor que tenha obtido em qualquer das universidades onde tenha andado?

– Não só rejeito, como estou em condições... porque eu estou na situação extraordinária de ninguém ter provado que eu fui sujeito a uma situação excepcional e ter de provar que não fui favorecido em nenhuma situação. E é isso que pretendo fazer.

– Mas tem de o provar, porque surgiram uma série de inconsistências e de elementos pouco claros.

– Eu gostaria de começar pelas minhas habilitações. Em primeiro lugar, fiz quatro anos de bacharelato em Coimbra. Depois, inscrevi-me no ISEL para tirar a licenciatura num curso de estudos superiores especializados, onde fiz um ano. Depois, fui para a UnI, onde fiz um ano, e obtive a licenciatura. Uns anos depois de ter saído do Governo inscrevi-me num MBA no ISCTE, frequentei e terminei com aproveitamento o MBA. Estas habilitações também foram postas em causa nas últimas semanas sem nenhuma razão: tenho aqui os certificados que o provam. Fiz sete anos e meio de Ensino Superior e seis anos e meio dos quais passei em instituições públicas do Ensino Superior público e apenas um ano na UnI.

– E porque é que escolheu a UnI?

– Quando me inscrevi no ISEL, inscrevi-me num curso que dava equivalência a licenciatura. Ao fim de um ano, eu achei, como muitos outros colegas meus, que era melhor terminar a minha licenciatura numa universidade para terminar com uma licenciatura e não com um curso que dava equivalência. Mas também por uma outra razão: a UnI é perto do ISEL e funcionava, e funciona, em regime pós-laboral. Mas quero combater, desde já, a insinuação de que mudei do ISEL para a UnI para ter mais facilidades. Porventura eu teria algumas dificuldades no ISEL. Isso não é verdade. Isso cai pela base. Pelo certificado de habilitações do ISEL é fácil ver que as minhas notas não envergonham ninguém: tenho uma média superior a 14 valores.

– A UnI foi-lhe aconselhada por alguém?

– Foi-me aconselhada por muita gente. Insinuou-se também que as minhas equivalências tinham sido conferidas com um certo tratamento de favor pelo facto de eu ser membro do Governo na altura. Isso é falso. Eu fiz um requerimento ao senhor reitor, como todos os alunos. E recebi a resposta no dia 12 de Setembro de 1995. Neste dia eu era apenas um deputado da oposição. Não tinha havido sequer eleições.

– O certificado de habilitação do ISEL só foi passado mais de um ano depois do prazo legalmente estipulado na altura para o efeito. Ou seja, a UnI, quando lhe atribui um plano de equivalências, o faz apenas a presumir a sua boa-fé.

– Exactamente. Para mim, como para todos os alunos.

– É comum isso acontecer?

– É comum na UnI, como noutras, segundo estou informado. Eu disse à UnI: ‘eu tenho estas habilitações, mas não posso apresentá-las porque os professores ainda não lançaram as notas’. A universidade confiou na minha palavra, mas não me passou nenhum certificado posterior sem eu ter apresentado o certificado de habilitações do ISEL. E o mais importante é que as cadeiras que eu disse que tinha feito confirmei-as.

– Das cinco cadeiras que o senhor fez na UnI, as notas de quatro foram lançadas no mesmo dia em Agosto. As universidades costumam estar encerradas em Agosto, como é que explica isto?

– Um aluno não é responsável pelo funcionamento de uma universidade. E é comum e vulgar que os professores vão lançar as notas todas no mesmo dia.

– Quem é que lhe deu aulas da cadeira de Inglês Técnico?

– Quem me deu a cadeira de Inglês Técnico foi o reitor da UnI, reitor que eu só conheci durante a frequência do curso.

Para mi está muy claro que la legitimidad de un primer ministro viene de los votos que obtiene y no de los títulos que dice tener, pero a veces hay que cuidar estos detallitos y no decir que se es algo y no se tiene título que lo acredite.