jueves, 22 de marzo de 2007

Pedro Nunes, Bastonário da Ordem dos Médicos


Ministro podia dar umas terras aos espanhóis.
Pedro Nunes, Bastonário da Ordem dos Médicos, acusa o ministro da Saúde de ser desleal com os médicos. Ataca Correia de Campos pelas trapalhadas no fecho de Urgências e maternidades e afirma que o melhor seria o ministro dar algumas terras a Espanha para os portugueses terem direito aos tratamentos que lhes são negados em Portugal.
Optimista, afirma que dentro de dez anos acaba a falta de médicos.
O jornalista, António Ribeiro Ferreira, do CORREIO DA MANHÃ tive a honra de facer uma entrevista, numa requintada, bem bonita e muito original nova sede que a Ordem tem, o jornalista fala da mesma: Quarta-feira, dia de sol, a cheirar a Primavera. Uma entrevista marcada para a tarde, sem hora certa. O bastonário estava numa reunião em Coimbra, com a Secção do Centro da Ordem dos Médicos, e podia atrasar-se. Foi o que aconteceu.
Por um lado, ainda bem. E isto porque a equipa do CM teve direito não só ao tradicional café como a uma visita guiada pela sede da Ordem dos Médicos, uma bela vivenda na Av. Gago Coutinho, em Lisboa.
O interior é bonito, bem arranjado, com um auditório espectacular, uma sala de exposições espaçosa, com pinturas bonitas e outras assim-assim e um restaurante soberbo no rés-do-chão, aberto ao público, que a Ordem concessionou ao conhecido cozinheiro Luís Suspiro.
Mas a visita, feita com tempo, permitiu um passeio até à nova vivenda recentemente comprada mesmo ao lado da sede principal, que irá permitir juntar todos os serviços da Ordem no mesmo espaço. E, claro, Luís Suspiro não foi esquecido. Haverá a muito curto prazo um espaço para pequenas e médias festas que será explorado pelo cozinheiro do Cartaxo.
Com o tempo a correr docemente, sem pressas, chegou Pedro Nunes. Um encontro bem-disposto e uma história relembrada de um processo que a Secção Regional do Sul da Ordem dos Médicos tinha instaurado ao jornalista por uma história delicada que se teria passado na sede da Ordem.
“Pensava que não falava comigo depois desse processo”, atirou Pedro Nunes. Falamos, claro, e com todo o gosto. Histórias antigas recordadas com um enorme sorriso.
Da entrevista, só tres mostras:
-A Ordem apoiou o fecho das maternidades.
-Sim, é verdade. A Ordem manifestou o seu apoio ao ministro porque, mesmo os médicos perdendo postos de trabalho e horas extraordinárias, era uma vantagem para o País e para as pessoas que se concentrassem meios, que as condições de trabalho melhorassem, que as equipas técnicas fossem reforçadas, até porque havia maternidades a funcionar com um obstetra. Tudo isto era verdade.
-O que é que correu mal?
-É aí que eu falo em deslealdade. Foram fechadas maternidades para concentrar meios. E o que é que aconteceu? Fechou-se a maternidade de Mirandela, fechou-se a maternidade da Régua, as grávidas são transferidas para Vila Real e chega-se a Vila Real e encontra-se uma equipa abaixo do mínimo definido. Chega-se a Setúbal e há uma equipa abaixo do mínimo.
-Ou envia-se doentes para o estrangeiro, como no caso das grávidas de Elvas...
- Claro. Imagine se todos os ministros da União Europeia tivessem a lógica deste ministro. Não temos problema nenhum, pagamos ali ao país do lado e as mulheres vão lá ter filhos. Claro que ao fim de algum tempo não tínhamos serviços e os doentes iam ser tratados ao estrangeiro. Em última análise o Governo português pode pedir aos espanhóis que considerem que o nosso rei D. Dinis era um atrasado mental, revoga-se o Tratado de Alcanizes, que definiu as fronteiras com Espanha, e dá-se aos espanhóis uma série de terras, como Trás-os-Montes e a Beira Interior. Estamos perto de algumas cidades espanholas e resolve-se tudo. Ora a obrigação do ministro da Saúde português é garantir aos portugueses tratamentos no seu território.
Nao é um tipo giro? eu acredito que o Sr. Dr. Pedro Manuel Mendes Henriques Nunes é muito engraçado.

1 comentario:

Anónimo dijo...

Já agora podia entregar a Espanha o concelho de Castanheira de Pera em troca de Olivença. Assim, o bastonário passava a exercer medicina num enclave espanhol e nós recuperavamos Olivença. Mas, como ele diz que daqui a dez anos não faltarão médicos, pode ser que, nessa altura, tal classe se comporte com menos petulância e jactância em relação aos restantes cidadãos.