sábado, 26 de abril de 2008

Mais um dia de liberdade


A Associação 25 de Abril (A25A) tem mais de 25 anos.Fundada em 21 de Outubro de 1982 por oficiais dos quadros permanentes, desde o início abriu a qualidade de sócios efectivos aos restantes militares profissionais. Também desde o início se abriu a possibilidade de associação aos cidadãos não militares. No día 4 de abril de 2008 decorreu no Coliseu dos Recreios de Lisboa o programa Vozes de Abril como o Programa destinado a prestar homenagem a todos aqueles que através do seu contributo artístico ajudaram a criar condições para que a liberdade fosse conquistada para Portugal.
No día 29 de Março de 1974, mesmo no Coliseu dos Recreios, tive lugar o "Primeiro Encontro da Canção Portuguesa". Pedro Laranjeira conta a verdade daquela data. Zeca Afonso participa no Encontro, onde a censura não lhe permite cantar mais do que duas canções: «Milho Verde» e «Grândola Vila Morena». Menos de um mês depois, a 25 de Abril, esta era a senha do Movimento das Forças Armadas para o início da que ficaria para a história com o nome único de Revolução dos Cravos.
Na noite do 24 jantar convívio comemorativo do 25 de Abril na antiga FIL em Junqueira, ontem desde o Pombal até o Rossio a hora certa.
Foi mais um día de liberdade.

3 comentarios:

Jose Carlos Molina dijo...

As “Vozes de Abril” são cantores, músicos, poetas, escritores, actores e artistas plásticos cujas obras sempre expressaram os valores da liberdade e da democracia.

Contudo esta gala não é uma melancólica e saudosista revisitação do passado.

Não é uma romagem de saudade cuja mensagem só envelheceria os ideais de Abril.

É por isso que o programa / espectáculo passará pelo antes do 25 de Abril e partirá rumo ao futuro.”

Intervêm, entre outros, os seguintes intérpretes:

Intérpretes: Brigada Victor Jara, Carlos Alberto Moniz, Carlos Carranca, Carlos Mendes, Couple Coffee, Ermelinda Duarte, Erva de Cheiro, Estudantina de Lisboa, Fernando Tordo, Francisco Fanhais, Haja Saúde, Helena Vieira e Coro Infanto-Juvenil, José Barata Moura, José Jorge Letria, José Mário Branco, Lua Extravagante (Vitorino, Janita Salomé, Carlos Salomé, Filipa Pais), Lúcia Moniz, Luís Goes, Luiza Basto e João Fernando, Manuel Freire, Maria do Amparo, Pedro Barroso, Raul Solnado, Samuel, Tino Flores, Waldemar Bastos. PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: Patxi Andion. POESIA: Joaquim Pessoa, José Fanha, Manuel Alegre, Maria Barroso. CORPO DE BAILE: Coreografado por Marco de Camillis. PARTICIPAÇÃO TEATRAL: A Barraca ( Autor e Encenador Hélder Costa). CORAL ALENTEJANO: “Os Alentejanos” da Damaia e “Grupo da Liga de Amigos de S. Domingos” de Sacavém. GUITARRRA E VIOLA: João Alvarez e Durval Moreirinhas. BANDAS: Exército, Força Aérea, Marinha. BANDA MUSICAL: Dirigida por Carlos Alberto Moniz. APRESENTADORES: Júlio Isidro e Sílvia Alberto.

Anónimo dijo...

Se um jovem me perguntar o que foi o 25 de Abril direi que foi o dia em que meia dúzia de moscas varegeiras foram substituidas por uma praga de gafanhotos que está a destruir Portugal !

Anónimo dijo...

Viva o 25 de Abril
[25-04-2008]
A caminho de Argel onde vai ser celebrada a revolução portuguesa, saúdo todos os amigos, companheiros e camaradas com um viva ao 25 de Abril, sempre.
[Manuel Alegre, 25.04.2008]

CANTAR A LIBERDADE

«Trova do Vento que Passa»

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Manuel Alegre